Dois amigos do curso de graduação da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), que compartilhavam uma paixão por robôs, criaram, há sete anos, a Automni, empresa de soluções inovadoras na área da robótica.
O carro-chefe da Automni é o Rhino, um veículo robotizado utilizado por empresas do porte de Unilever, Mercado Livre e Dell no gerenciamento de seus centros de distribuição. “Um sistema acoplado ao veículo recebe ordens por meio eletrônico e, com base no endereço fornecido – “rua” ou local dentro do centro de distribuição –, identifica e entrega o produto desejado”, resume André Abrami, um dos fundadores da empresa. “Nosso objetivo agora, com novas rodadas de investimento, é conseguir ganhar escala com a produção”, diz o engenheiro.
A empresa tem planos de agregar funcionalidades à tecnologia utilizada no Rhino – uma espécie de transpaleteira autônoma navega sem nenhuma interferência humana direta – para realizar também o inventário dos centros de distribuição. O projeto tem o apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).
O novo sistema, em fase de desenvolvimento, ganhou o nome de Argos. A ideia do projeto é acoplar um mastro ao Rhino para que, além de entrega e retirada de produtos das prateleiras, o robô possa fazer um inventário completo em todo o espaço destinado ao estoque. “Se hoje um inventário demora por volta de dois dias, nossa intenção, com o novo sistema, é conseguir inventariar todo o centro de distribuição no horário do almoço dos funcionários”, afirma Abrami.
Para conseguir o objetivo planejado, a ideia é instalar um conjunto de câmeras a um mastro telescópico retrátil que lerá todos os códigos de barra das etiquetas das caixas estocadas. Em um centro de distribuição com racks de, por exemplo, sete andares, haverá a necessidade de duas câmeras por andar para cada um dos lados da rua, o que vai totalizar 14 câmeras no mastro, segundo o engenheiro da Poli. Em centros de distribuição com mais prateleiras, o mastro terá que ser mais alto e o números de câmeras também.
O maior obstáculo tecnológico a ser transposto no projeto ao longo dos próximos meses será a aferição dos instrumentos ópticos, de forma a permitir uma leitura precisa dos dados em qualquer tipo de iluminação. “Essa assertividade da leitura precisa ser combinada, também, com uma correta velocidade do robô em solo”, afirma Abrami.